IMPORTÂNCIA DO LEVANTAMENTO DE DADOS DE CONSUMO ALIMENTAR EESTADO NUTRICIONAL MATERNO INFANTIL E O USO DA PLATAFORMASISVAN
- Josiane Figueira Ferraz Fraga
- 30 de setembro, 2025

INTRODUÇÃO
De acordo com a Instituição Fio Cruz, o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi regulamentado como atribuição do Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da Portaria nº 080-P, de 16 de outubro de 1990, do Ministério da Saúde e da Lei nº 8080/ 1990, capítulo I, artigo 6º, inciso IV – Lei Orgânica da Saúde.
Segundo a Fundação, esse sistema visa sistematizar, por meio de protocolos, a avaliação do estado nutricional do público que busca atendimento na rede básica de saúde. Por último este material destina-se principalmente aos profissionais de saúde que fazem parte da atenção básica e da média complexidade ambulatorial; portanto, não constitui um protocolo de atendimento em nível hospitalar, seja de média ou alta complexidade hospitalar
A relevância deste trabalho se dá pelas necessidades de a serem trabalhadas na linha da nutrição materno- infantil, a necessidade de se alimentar a plataforma de dados SISVAN deve ser priorizada devido adesão dos mesmos quanto as notificações para fins de análise do consumo alimentar e de como essas mamães necessitam de mais orientação e supervisão quanto ao acompanhamento de qualidade de seus filhos. Desta mesma forma, o objetivo de analisar o potencial do sistema como ferramenta de monitoramento do estado nutricional materno infantil, identificando os grupos vulneráveis e suas necessidades específicas; planejar e implementar políticas públicas de saúde relacionadas à alimentação e nutrição. Além de prevenir e tratar problemas de saúde relacionados à nutrição, como desnutrição e obesidade.
METODOLOGIA
A pesquisa de natureza descritiva foi realizada através de revisão bibliográfica sistematizada e baseada em obras secundárias que abordam o tema em questão, publicadas no período de 2017 a 2023. A coleta do material para a pesquisa foi realizada no período de fevereiro/2024.
O levantamento foi realizado em ambiente virtual na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) nas bases de dados: LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde), MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online) e na fonte de informação SciELO (Scientific Eletronic Library Online). Foi realizada a busca livre com os seguintes descritores: “materno infantil”, “Plataforma SISVAN”, “dados de gestante e crianças até 3 anos”.
Na fase de seleção, as obras foram lidas na íntegra, com atenção especial para os resultados e conclusão das obras, os trabalhos que não apresentavam qualquer relação com o tema da pesquisa foram excluídos. Realizada a triagem dos artigos, foram obtidos 60 artigos, dos quais 5 foram utilizados neste trabalho.
DESENVOLVIMENTO
De acordo com Rolim et al (2015) a cobertura do SISVAN se dá através do número de crianças menores de 10 anos registradas no SISVAN no índice Peso/Idade dividido pelo número de crianças menores de 10 anos registradas no Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB). Já a cobertura do SIAB (número de crianças menores de 10 anos registradas no SIAB dividido pelo número de crianças menores de 10 anos identificadas pelo Censo Demográfico, 201016).
Os autores descrevem que o cálculo da cobertura SISVAN ocorre da seguinte maneira: número de crianças menores de 10 anos registradas no SISVAN no ano escolhido / número de crianças registradas no SIAB no ano escolhido x 100.
Segundo Mrejen, et al. (2023). as orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde (Norma Técnica – SISVAN), temos que considerar os seguintes itens e parâmetros por idade. De acordo com as fases do curso da vida e os índices e parâmetros, temos as seguintes relações: em crianças são levadas em consideração a relação do peso, estatura, e IMC por idade; já em gestantes, as relações estão no IMC por semana gestacional e no ganho de peso gestacional.
Então, Mrejen, et al. (2023) defende que é necessário entender sobre a análise dos perfis nutricionais e alimentares aponta para a identificação de grupos de risco que, aliada às especificidades locais de cada contexto, contribuem para um adequado planejamento e implementação de ações de promoção da saúde, prevenção e cuidado.
Pressupõe a análise contínua da situação de saúde da população, que abrange tanto a dimensão técnica de combinações tecnológicas destinadas a controlar determinantes, riscos e danos quanto a dimensão gerencial que organiza os processos de trabalho, confrontando os problemas e necessidades de saúde num dado território (AREAZZA; MORAES, 2010).
DISCUSSÃO
A orientação nutricional materno-infantil é crucial para garantir que as mães e seus filhos recebam os nutrientes necessários para um desenvolvimento saudável durante a gravidez, o parto e a infância. Devido a esses aspectos, devemos levar em consideração alguns aspectos (Quadro 1):
Identificar as necessidade e lacunas | O levantamento de dados pode ajudar a identificar lacunas na nutrição materno-infantil, destacando áreas onde há falta de acesso a alimentos nutritivos, informações sobre alimentação adequada e cuidados de saúde |
Monitoramento do estado nutricional | A coleta de dados permite monitorar o estado nutricional das mães e crianças em uma determinada população ao longo do tempo, identificando áreas de melhoria ou preocupação. |
Desenvolvimento de políticas e programas | Os dados coletados podem fornecer informações valiosas para o desenvolvimento de políticas e programas de saúde pública destinados a melhorar a nutrição materno-infantil, incluindo campanhas de conscientização, programas de suplementação alimentar e intervenções para prevenir a desnutrição. |
Avaliação de intervenções | Ao coletar dados antes e depois da implementação de intervenções nutricionais, é possível avaliar a eficácia dessas intervenções e fazer ajustes conforme necessário. |
Prevenção de doenças relacionadas à nutrição | O levantamento de dados pode ajudar a identificar grupos de risco para determinadas condições relacionadas à nutrição, como desnutrição, obesidade infantil e deficiências de vitaminas e minerais, permitindo intervenções preventivas direcionadas |
Promoção de saúde materno-infantil | Ao entender melhor as práticas alimentares e os fatores que influenciam a nutrição maternoinfantil, é possível desenvolver estratégias para promover hábitos alimentares saudáveis desde a gravidez até a infância, garantindo um bom desenvolvimento físico e cognitivo das crianças. |
CONCLUSÃO E IMPLICAÇÕES PRÁTICAS
O estudo demonstra como pode ser limitador a insuficiência de nutricionistas na operacionalização das atividades do SISVAN. A formação acadêmica deste, possibilita a interpretação do estado nutricional tanto no individual como no coletivo, mostrando uma competência técnica mais especializada para o uso do SISVAN com maior potencialidade e que pode contribuir para fechar o ciclo desde a coleta de dados até a execução de ações, passando pela divulgação e análise de erros e inconsistências.
Para o uso em potencial do SISVAN pode auxiliar no envolvimento de atividades no âmbito da alimentação e nutrição, da atenção básica, da assistência social e da educação.
REFERÊNCIAS
Arreaza A. L. V; Moraes, J. C. Vigilância da saúde: fundamentos, interfaces e tendências Ciência & Saúde Coletiva, 15(4):2215-2228, 2010.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Protocolos do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN na assistência à saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.– Brasília : Ministério da Saúde, 2008.
Brasil, Ministério da saúde. Marco de Referência da Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Básica. Departamento de Atenção Básica.– Brasília : Ministério da Saúde, 2015.
Mrejen, M; Cruz, M. V,; Rosa, L. O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) como ferramenta de monitoramento do estado nutricional de crianças e adolescentes no Brasil. Cad. Saúde Pública 2023; 39(1).
Rolim, M.D. et al. Avaliação do SISVAN na gestão de ações de alimentação e nutrição em Minas Gerais, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 20(8):2359-2369, 2015.