Arginina: quais são seus benefícios na musculação
- Ellen Kwamme
- 5 de agosto, 2024

A busca por suplementos que potencializem os resultados na musculação cresce entre os praticantes de atividades físicas. Atualmente, muitos se interessam pela arginina, um aminoácido que cumpre diversas funções no corpo humano. Em primeiro lugar, ela estimula a produção de óxido nítrico, o que provoca a vasodilatação e melhora a circulação sanguínea, além de distribuir melhor o oxigênio nos músculos. Ademais, a suplementação com arginina pode impulsionar ainda mais os seus objetivos. Neste artigo, você conhecerá detalhadamente a arginina, descobrirá para que ela serve, quais benefícios oferece na musculação, como utilizá-la corretamente, quais efeitos colaterais podem ocorrer e para quem ela não é indicada.
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O que é a arginina?
A arginina é um aminoácido semiessencial, o que significa que o organismo pode produzi-la; entretanto, em certas situações – como em períodos de crescimento ou em condições de estresse – o corpo necessita de uma ingestão dietética adicional, seja por meio da alimentação ou da suplementação.
A L-arginina atua de forma relevante no metabolismo protéico, pois participa da síntese de proteínas e do ciclo da uréia, além de colaborar na produção de óxido nítrico, creatina e poliaminas. Do mesmo modo, ela estimula a secreção do GH e exerce efeitos imunoestimulantes e timotróficos. Dessa forma, a arginina desempenha um papel crucial na síntese proteica, na produção de óxido nítrico e no metabolismo da amônia. Além disso, ela é precursora de compostos importantes, como ornitina, creatina e ureia.
Uma revisão recente demonstrou que a suplementação com L-arginina – seja isoladamente ou combinada com exercício – aumenta consideravelmente a secreção de GH, quando comparada ao repouso. Entretanto, o exercício permanece como o principal fator para essa resposta endócrina. Ou seja, pessoas que treinam regularmente obtêm um aumento significativo na secreção de GH em comparação com quem apenas descansa ou faz uso isolado da suplementação. É importante destacar que pesquisadores continuam a realizar estudos para confirmar esses resultados.
Além disso, atletas costumam usar a arginina para ampliar a produção de óxido nítrico, o que melhora o desempenho físico e acelera a recuperação muscular. Da mesma forma, cientistas estudam seu potencial em tratamentos de disfunção erétil, hipertensão e outras condições cardiovasculares.
Para que serve e quais os benefícios da arginina na musculação?
A arginina cumpre diversas funções no organismo, como regular o fluxo sanguíneo, acelerar a cicatrização de feridas, fortalecer o sistema imunológico e estimular a secreção de hormônios. Por isso, ela se torna especialmente importante para quem pratica musculação. Em primeiro lugar, a arginina favorece a síntese de proteínas e a produção de óxido nítrico, o que aumenta o fluxo sanguíneo e otimiza a entrega de nutrientes e oxigênio aos músculos durante o exercício.
Além disso, os benefícios da arginina para a musculação incluem:
- Aumento da vasodilatação: Como precursor do óxido nítrico (NO), a arginina promove a dilatação dos vasos sanguíneos, aumentando o fluxo para os músculos durante o treino e melhorando, assim, a entrega de nutrientes e oxigênio. Consequentemente, essa melhora contribui para a execução de exercícios intensos e para uma recuperação muscular mais eficaz.
- Pump muscular: O aumento do fluxo sanguíneo proporciona um “pump” muscular mais pronunciado durante e após o treino. Dessa forma, muitos atletas valorizam a sensação de plenitude e a maior vascularização dos músculos.
- Estímulo da síntese proteica: A arginina participa ativamente da síntese de proteínas, essencial para o crescimento muscular e para a reparação dos tecidos danificados pelo treinamento. Assim, a suplementação pode promover o ganho de massa muscular magra.
- Redução da fadiga muscular: Ao melhorar o fornecimento de oxigênio e nutrientes e auxiliar na remoção de produtos metabólicos, a arginina ajuda a diminuir a fadiga durante o exercício.
- Melhoria da recuperação: Ao acelerar a regeneração dos tecidos e reduzir a dor muscular, a suplementação de arginina contribui para uma recuperação mais rápida após os treinos.
- Suporte ao sistema imunológico: Além de acelerar a cicatrização, a arginina fortalece a função imunológica, o que é especialmente útil em períodos de treinamento intenso, reduzindo o risco de infecções.
Portanto, muitos atletas combinam a arginina com a creatina, pois ambas exercem funções complementares que, juntas, podem melhorar os resultados do treinamento. Vale lembrar que os efeitos variam de pessoa para pessoa, dependendo da dose, da resposta individual e do estado de treinamento. Por isso, consulte sempre um profissional de saúde antes de iniciar qualquer suplementação.
Como tomar a arginina?
Em geral, a dose recomendada varia conforme o indivíduo e seus objetivos, mas doses entre 2 a 5 gramas diárias se mostram seguras e eficazes para a maioria das pessoas. Normalmente, você encontra a arginina em forma de comprimidos, cápsulas ou pó. Ademais, ela compõe muitos suplementos pré e pós-treino.
Quando devo tomar a arginina?
É importante lembrar que, além de ajudar em períodos de estresse, a arginina pode suprir deficiências de produção do nutriente pelo corpo em determinados quadros de saúde. Assim, um profissional de saúde pode recomendar a suplementação para aproveitar os efeitos vasodilatadores do óxido nítrico e as propriedades cicatrizantes.
Efeitos colaterais da arginina
Embora a arginina seja, em geral, segura quando utilizada nas doses recomendadas, alguns efeitos colaterais podem ocorrer, principalmente em doses excessivas. Por exemplo, ela pode causar desconforto gastrointestinal, como náuseas, vômitos e diarreia. Além disso, a arginina interage com alguns medicamentos – como aqueles para pressão alta e disfunção erétil –, o que reforça a necessidade de consultar um médico antes de iniciar a suplementação.
Para quem a arginina não é indicada
Mesmo sendo segura para a maioria dos casos, a arginina não se recomenda em determinadas situações. Assim, pessoas com as seguintes condições devem ter cautela ou evitar seu uso:
- Herpes simples: A arginina pode estimular a replicação do vírus, aumentando o risco de surtos em pessoas com histórico de herpes labial ou genital.
- Doenças renais ou hepáticas graves: Em casos de comprometimento renal ou hepático, a suplementação pode desregular o equilíbrio de fluidos e eletrólitos.
- Doenças cardiovasculares: Em situações de hipotensão crônica ou instabilidade cardiovascular, a arginina pode reduzir demasiadamente a pressão arterial, exigindo consulta médica prévia.
- Gravidez e lactação: A segurança da suplementação nessas fases ainda carece de estudos suficientes, portanto, mulheres grávidas ou lactantes devem evitar seu uso, salvo indicação médica.
- Cirurgia: Para evitar complicações relacionadas à pressão arterial e coagulação, recomenda-se interromper o uso da arginina pelo menos duas semanas antes de qualquer procedimento cirúrgico.
- Interações medicamentosas: Se você utiliza medicamentos que afetam a pressão arterial ou a diabetes, consulte um médico para avaliar a compatibilidade com a suplementação.
Sempre discuta com um profissional de saúde antes de iniciar qualquer suplementação, principalmente se você possui condições médicas preexistentes ou usa medicamentos, garantindo assim que a arginina seja segura e adequada às suas necessidades.
A arginina aumenta os níveis de testosterona?
Até o momento, a ciência não comprovou que a arginina aumente os níveis de testosterona de forma direta. Contudo, ela pode exercer efeitos positivos na saúde sexual e hormonal de maneira indireta. Portanto, se você tiver dúvidas sobre a relação entre a arginina e os níveis hormonais, consulte um nutricionista ou outro profissional de saúde de confiança para evitar riscos à sua saúde. Em resumo, neste conteúdo você aprendeu o que é a arginina, para que ela serve e como ela pode beneficiar a musculação. Além disso, conheceu dicas de como usá-la, seus possíveis efeitos colaterais e as situações em que seu uso não é recomendado.
Aproveite para conferir também as diferenças entre o whey protein isolado e o concentrado e descubra qual deles pode trazer melhores resultados para os seus objetivos. Bons treinos e até o próximo conteúdo!
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